Rodeava-te a face com as mãos,
como asas de pássaro protegendo a cria.
Mergulhava no teu olhar,
e os nossos olhos tornavam-se espelho
de um sentimento que engole o peito
e provoca o sorriso.
Tocando-te no pescoço,
sentia-me presente no teu respirar,
num concerto de fôlegos combinados.
Meus lábios puxavam-me para os teus,
como uma artéria fulminante de vida
efervescendo a cada batimento.
Por fim, senti-te o calor, o ardor, a febre,
a saliva, o sabor, a língua, a cor e a pulsação.
Esse beijo rebentou em mim,
como uma bátega de amor
no solo fértil dos nossos corpos.
Elis