sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Deste lado

Deste lado,
sinto-te,
constante e imenso.
Deste lado,
vejo-te,
nítido e presente.
Deste lado,
respiro-te
como ao ar que me envolve.
Deste lado,
aceito a nossa condição,
que me revolta e acalma o peito.

Elis

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Folha em branco

Nada me dá mais gosto que uma folha branca,
vazia, esperando, calma e expectante.
Pronta a sorver as palavras ao toque do lápis,
transferindo, nesse acto, som às letras,
materializando sonhos, compondo canções

Escrever torna-se uma abertura do espaço/tempo.
A entrada de um mundo irreal,
da mente, do emocional, da fantasia, do inconsciente

O resultado é um eco de silêncios guardados, enfim depositados
tornados imagem, tornados voz.
Notas de uma melodia interior.

É uma viagem de pensamentos, imagens, momentos
levados à boca por papel e tinta.

Elis

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

À queima-roupa

À queima-roupa, disparas o teu veneno
Verborreia de impropérios e injustiças
Tratamento desigual, cretinice infantil e desmedida

Esfaqueias-me, empurrando mais e mais
as palavras que me rebentam em sangue,
remexendo e revolvendo o interior já desfeito

Trucidas a imagem de mim com argumentos maldosos
Rasgas a pele, o corpo, a vontade, a mente e o espírito
Arrancas à força a tua razão e deixas-me, em carne viva,
a arder na mágoa das navalhas proferidas

Tornas-te vidro cravado no peito,
latejante, sentido e desarmado.

Elis