terça-feira, 13 de julho de 2010

O dia rebentava claro














O dia rebentava claro
e a luz entrava no quarto,
onde o tempo se movia devagar.

Lentamente, fui reconhecendo os sentidos.

Senti-te o cheiro,
aceitando a condição de ser tua.
Abri a minha mão no teu peito,
procurando o dançar ondulante da vida.
Ouvi-te o cavalgar sereno,
respirar do guardião do amor.
Abri os olhos e admirei-te,
tocando levemente o pescoço, o queixo,
e depois os lábios.
Quis saborear-te a voz
através dessa pele macia, carnuda, apetecível.

Acordei-te com um sorriso
e misturei-me na tua saliva,
desejando mergulhar nela até um novo amanhecer.

Elis

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