quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Alimentados por nós
















És um sentimento que me invade,
levando-me da alegria à tristeza em milésimos de segundo
E amo-te!
E digo que te amo porque não sei dizer mais.
Mas digo-o sabendo que não chega,
sabendo que não faz jus ao que sinto por ti.

Eu sou tu e já não sei ser eu.
Porque já não sou eu sequer.
Porque não me lembro de ter sido, algum dia, sem ti.
Sinto com a tua pele, respiro pelo teu ar.
Sou inteiramente nós!

Vivo numa vontade imensa de mergulhar em ti e em mim.
Ter os teus braços envoltos em mim,
cair na carícia de um beijo no cabelo.

Vivo na ânsia de nos perdermos na frondosa selva de nós
Sobreviver nela, sobreviver Dela!
Desafiando-lhe os perigos, no mínimo apetecíveis.
Morrer nessa floresta densa e perfumada,
deixando cantar este sentimento que nos rasga o peito
e nos faz sentir o coração querer saltar pela boca

Elevo-me na sensação de estarmos lado a lado,
completos e cheios, desejando mais.
Querendo mais e mais, muito mais,
sem saber onde e como acolher mais sentimento.
Criando no peito novos espaços
para nos recebermos.
Ficando maiores, crescendo,
alimentados pela nossa energia.
Em cada palavra, cada suspiro, em cada silêncio.


Elis

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ode

Diz-me,
tens-me nos teus sonhos,
tal como invades os meus?
Sentes-me pulsar em ti,
a cada respirar da alma?
Recordas o meu cheiro,
ao acordar na madrugada?
Saboreias a saudade de mim,
como condição de me amar?

Responde-me sim com um beijo
e o meu coração descobrirá, em brados,
a reciprocidade de um sentimento,
batendo com a força de um sol rompendo a aurora
sorrindo, em júbilo, o calor da tua resposta.

Elis

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A tua passagem, a tua presença


















A tua passagem deixou um rasto indelével de loucura.
A tua presença entranhou-se totalmente em mim.
Ondulaste pelo meu corpo, escorregaste-me pela alma.
Senti-te o gosto, a pele, o paladar,
a paixão, a vontade, o gozo, o tremor…
Dançamos juntos, embalados por uma canção só nossa,
num misto de medo, excitação, orgulho, pertença, emoção…
Rasgaste-me a pele e beijaste-me o espírito.
Senti-me nas tuas mãos, no teu abraço, no teu beijo,
no palpitar acelerado dos nossos corações,
no trepidar dos corpos, extasiados no riso da satisfação.

Quis-te mais, por mais tempo.
Quis-te meu, mais um dia, seguido de outro.
Quis-te fechado num mundo só nosso,
guardado no tempo e no espaço.

Sinto-te ainda o gosto, no fechar dos olhos, por baixo da pele,
divagando pelo meu corpo, em forma de energia pulsante.
Sinto ainda o toque, a língua, o bafo, o calor,
o incêndio das almas, fundindo-se por entre corpos que se querem mais juntos.

Elis

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A água reflectida na janela


A água reflectida na janela
cai-me levemente dos olhos.
O dia está cinzento
e não reconheço nada do que me rodeia

Choro involuntariamente,
como se o corpo quisesse expulsar
uma dor demasiado profunda;
Como se quisesse abandonar-me
em estado líquido;
fugindo, nessa mesma forma, das lágrimas.
Torna-se compreensível
que eu própria já me abandonei
em frente a essa janela,
chorando a tua ausência.

Elis

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vem ser céu



Estrela brilhante que é sol
traz para perto de mim o teu calor
Erva molhada que é ar
deixa-me inspirar-te para mim
Gota de pele que é mar
quero inundar-me, bebendo-te
Travo a café que é chão
vem ser teu pé ante o meu
vem ser o céu, sem início, sem fim.


Elis